Atendimentos e Disfunções

Disfunção erétil pós cirurgias pélvicas

As cirurgias na região pélvica para retirada de tumores, como câncer de próstata, de bexiga ou reto podem afetar a continência e também a qualidade de vida sexual dos homens.

As cirurgias podem deixar algumas sequelas como lesão ou remoção dos feixes de nervos responsáveis pela ereção ou dano aos vasos sanguíneos. Essas sequelas podem ser definitivas ou não. As técnicas cirúrgicas atuais procuram preservar ao máximo os nervos, mas dependerá da extensão e localização do tumor, e por mais que sejam preservados sempre sofrem algum tipo de lesão que necessita de tempo para cicatrização.

O tempo de recuperação da ereção irá variar de um indivíduo para outro, podendo levar de 3 meses a 2 anos, para tal alguns fatores devem ser levados em consideração como a idade do paciente, problemas de ereção antes da cirurgia, existência de doença de peyronie, diabetes, obesidade, fatores psicológicos, uso de medicamentos, obesidade, etc.

Na maior parte dos casos é possível reabilitar, o tratamento inclui medicamentos orais, injeções penianas, vacuoterapia e fisioterapia.

É importante haver fluxo sanguíneo nos corpos cavernosos para manter o tecido saudável, pois a falta de oxigenação leva a processos inflamatórios e ao desenvolvimento de tecido fibroso, que irá impedir futuras ereções normais. O uso de medicamentos ajuda a manter o fluxo sanguíneo até que ocorra a recuperação dos nervos. Na maioria dos casos essas drogas não produzem ereção no primeiro momento, pois ainda há lesão nervosa, nesses casos existem outras opções para indução da ereção, que seriam a utilização das injeções penianas e da bomba de vácuo, permitindo o retorno da circulação sanguínea e oxigenação adequada dos corpos cavernosos do pênis.

Além das intervenções acima descritas o paciente também necessita trabalhar a musculatura do assolho pélvico pois a fraqueza dessa musculatura pode dificultar ainda mais a ereção. Os músculos ísquiocavernoso e bulbocavernoso contribuem para manutenção da ereção e fluxo sanguineo no pênis e uma maior rigidez peniana, devido à compressão que exercem sobre corpos cavernosos.

A Fisioterapia Pélvica utiliza-se de diveros recursos associados à exercícios direcionados para os músculos do assoalho pélvico, com intuito de promover o aumento da força e resistência muscular, a melhora do fluxo sanguíneo local e da perfusão nos corpos cavernosos prevenindo a hipóxia evitando a fibrose, e ainda a melhora da sensibilidade no pênis facilitando a excitação e o orgasmo.

A reabilitação precoce levará a um melhor prognóstico tanto para continência urinária e fecal, quanto para melhora da função sexual.

Dra Viviane Ferraz Monteiro Fernandes

Especialista em Fisioterapia Pélvica, há mais de 12 anos
Crefito-11/158873-F