Atendimentos e Disfunções

Bexiga hipoativa (preguiçosa)

Bexiga Hipoativa ou “Preguiçosa”

A bexiga hipoativa é a incapacidade do detrusor (músculo da bexiga) de se contrair adequadamente para eliminar o conteúdo urinário. Nesse caso o esvaziamento incompleto pode acontecer, mesmo que não ocorra o aumento da resistência uretral, ou seja, mesmo não havendo nenhum fator que esteja dificultando a saída da urina pela uretra, como o aumento da próstata por exemplo.

O esvaziamento incompleto da bexiga afeta homens e mulheres, e estudos tem demonstrado o aumento na incidência pelo envelhecimento. Após os 70 anos, quase a metade dos homens vão apresentar sinais de bexiga hipoativa, já as mulheres esse percentual é menor, em torno de 12%.

Os pacientes que sofrem com esse tipo de alteração na bexiga costumam apresentar sintomas como:

  • Hesitação – demora para iniciar a micção
  • Esforço para urinar – normalmente necessitam utilizar a musculatura abdominal para auxiliar o esvaziamento
  • Diminuição do fluxo urinário – jato urinário fino e longo
  • Aumento do número de micções diurnas e noturnas
  • Urgência miccional – precisam correr para chegar ao banheiro sem que ocorram perdas


Incontinência Urinária por transbordamento

O diagnóstico é feito através da história clínica , do exame físico e de outros exames que irão observar o funcionamento do tracto urinário. Por serem muito parecidos, os sintomas podem ser confundidos com os da bexiga hiperativa por exemplo, portanto o diagnóstico diferencial da bexiga hipoativa é feito com maior precisão através do Estudo Urodinâmico.


Associa-se a bexiga hipoativa à 03 causas possíveis:

Idiopática – desconhecida

Neurogênica – Falha na condução nervosa, por lesão nos nervos que são responsáveis pela contratilidade do músculo da bexiga, ou nos nervos que são responsáveis pela sensibilidade, que levam informação ao cérebro sobre a percepção do enchimento da bexiga.

Miogênica – Lesão nas fibras musculares do detrusor, levando a redução na capacidade de contração


Os fatores de risco para o desenvolvimento da bexiga hipoativa são: Envelhecimento, alterações neurológicas, diabetes, e obstrução infravesical.

O Esvaziamento inadequado da bexiga propicia a ocorrência do aumento do resíduo de urina na bexiga após pós micção, o aumento das chances de haver infecção urinária, podendo levar também há prejuízos no funcionamento dos rins, e por isso o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

O tratamento da bexiga hipoativa vai depender do quadro clínico e dos achados urodinâmicos. Tem por objetivo proteger o trato urinário superior, melhorar o esvaziamento, reduzir os sintomas, melhorar a continência, e a qualidade de vida. Medicamentos, cateterismo vesical, cirurgias e fisioterapia estão entre as opções disponíveis.

A fisioterapia tem se mostrado uma boa opção de tratamento com resultados satisfatórios em disfunções miccionais de origem idiopáticas e neurogênica de outras doenças de base. São utilizados recursos como a terapia comportamental, eletroterapia, biofeeedback etc.

Dra Viviane Ferraz Monteiro Fernandes

Especialista em Fisioterapia Pélvica, há mais de 12 anos
Crefito-11/158873-F