Existem evidências de que a incontinência urinária (IU) tem grande impacto na qualidade de vida (QV) do indivíduo podendo gerar insegurança, redução da auto-estima, angústia, solidão, tristeza, depressão, alterações do sono, irritabilidade, constrangimento, alteração na vida sexual, baixo desempenho profissional, e isolamento social. Essa influência está relacionada ao tipo de incontinência e a percepção individual do problema, estudos publicados demonstram que a urgência miccional tem MAIOR impacto na qualidade de vida.
A síndrome da bexiga hiperativa (BH) é definida pela International Continence Society (ICS) pelos sintomas característicos de urgência miccional, com ou sem incontinência, aumento da frequência diurna e noctúria (acordar várias vezes à noite para urinar), não sendo provenientes de outra patologia óbvia.
Na bexiga hiperativa, o músculo da bexiga (detrusor) começa a se contrair, de forma involuntária (independentemente da vontade do indivíduo), no momento em que a bexiga deveria estar enchendo, e mesmo sem volume que justifique, o indivíduo apresenta desejo de urinar. Além do paciente urinar com muita frequência (mais de 8x por dia), muitas vezes acontece da urina escapar antes de dar tempo de chegar ao banheiro.
O diagnóstico da BH se dá através da história clínica detalhada, exame físico, diário miccional, e exames laboratoriais para descartar infecções ou outra afecção. O Estudo Urodinâmico não é indispensável para esses pacientes, pois nem sempre a hiperatividade detrusora (contrações da bexiga na fase de enchimento) está presente. Entretanto no caso de sintomatologia mal definida, ou de incontinência refratária ao tratamento, a avaliação urodinâmica associada à história clínica pode auxiliar na elucidação do diagnóstico e na decisão da melhor conduta terapêutica.
Atualmente na literatura encontramos diversas abordagens terapêuticas para BH, mas é consenso que o tratamento de primeira linha para esses pacientes deve ser o conservador. A fisioterapia desempenha o papel de orientar mudanças de estilo de vida, controle da ingestão hídrica e dietético para que sejam evitados alimentos irritativos (cítricos, ácidos e que contenham cafeína em sua composição), além de realizar o treinamento vesical, e exercícios para musculatura do assoalho pélvico, associados ou não eletroterapia, e ao biofeedback. Os medicamentos orais quando não utilizados desde o início do tratamento, são prescritos em segunda linha objetivando suprimir as contrações vesicais, mas tem sua eficácia limitada devido à intolerância aos efeitos colaterais e contra-indicações. Na falha do tratamento conservador, outras abordagens mais invasivas podem ser oferecidas ao paciente como opção.
A fisioterapia pélvica para pacientes com bexiga hiperativa é “padrão ouro” de tratamento, tem como objetivo:
- Reduzir os episódios de incontinência
- Controlar a urgência
- Diminuir a freqüência e a noctúria
- Aumentar a capacidade vesical
- Melhorar coordenação, e força da musculatura do períneo
- Normalizar o funcionamento da bexiga
- Preservar o tracto urinário superior e a função renal
- Devolver ao paciente a confiança e o auto controle
Insegurança? Baixa auto-estima? Angústia? Tristeza? Alteração do sono? Irritabilidade? Constrangimento? Baixo desempenho profissional? Isolamento social?
Já chega!!! Retome o controle da sua vida, mostre a sua bexiga “quem manda”!!!
Procure tratamento especializado. Faça fisioterapia e recupere sua qualidade de vida!