As causas de dispareunia (dor na relação sexual) são inúmeras, vão desde uma simples a falta de lubrificação à vulvodínia, que é uma disfunção ainda pouco conhecida.

Dentre as causas de dor na relação estão: doenças inflamatórias pélvicas, infecção urinária, tumores genitais como câncer vulvar ou câncer vaginal, tumores ovarianos, cistite intersticial, trauma pós-parto, infecções por fungos ou bactérias, doenças sexualmente transmissíveis, efeitos colaterais a alguns medicamentos, reações alérgicas, endometriose, lesões genitais, doenças sexualmente transmissíveis como o herpes genital, etc. Por isso é importante que o médico faça um diagnóstico de exclusão.

Frequentemente recebo no consultório pacientes sem diagnóstico. Devido à dificuldade de encontrar profissionais especializados, muitas vezes as mulheres que sofrem com o vaginismo ou a vulvodínia ficam anos sem solução para suas queixas de dor na relação sexual. E numa busca incessante, apenas por terem ouvido falar ou por se identificarem com os sintomas acabam procurando a fisioterapia. Normalmente chegam queixando-se de vaginismo.

“Mas será que é vaginismo mesmo?”

Como os sintomas são parecidos às vezes fica confuso para o paciente. Para compreender melhor cada uma das disfunções observe o quadro abaixo.

Vaginismo e Vulvodínia podem ocorrer simultaneamente. A mulher que tem vulvodínia pode vir a desenvolver um vaginismo devido ao quadro de dor, visto que a dor desencadeia uma resposta reflexa de contração da musculatura do assolho pélvico, e essa tensão vai aumentado gradativamente com o passar do tempo. Mas ATENÇÃO, nem todas as pacientes que tem vaginismo necessariamente tem vulvodínia e nem todas as pacientes de vulvodínia desenvolverão vaginismo, por isso a importância de um diagnóstico preciso.

Além de uma anamnese detalhada (perguntas feitas ao paciente sobre seus sintomas e quadro clínico para auxiliar no diagnóstico), o Fisioterapeuta Pélvico irá fazer um exame físico para avaliar, entre outras coisas, principalmente a condição da musculatura e verificar se há alteração de sensibilidade, e assim prescrever a conduta terapêutica mais adequada a cada caso.

É importante lembrar que o tratamento ideal do Vaginismo e da vulvodínia é feito de forma multidisciplinar, portanto o paciente deverá ser encaminhado para os demais profissionais competentes (médico, psicólogo, nutricionista).

Dra Viviane Ferraz Monteiro Fernandes

Especialista em Fisioterapia Pélvica, há mais de 12 anos
Crefito-11/158873-F